Vale lembrar que o mesmo mantém um blog que ajuda e faz mémorias em nossos grupos, o Pejotando !!!
O objetivo desses espaço é trazer a reflexão de nossa caminhada, e contar um pouquinho de nossa experiência com a Juventude.
A gente sabe que as escolhas que fazemos são importantes para definir o que seremos, onde, como e com quem estaremos, as possibilidades daquilo que poderemos fazer e também daquilo que não desejamos para nossa vida.
Há escolhas que são feitas conscientemente e outras não. Há pequenas intervenções no futuro por conta da escolha feita e há grandes transformações também.
Dizem que a juventude é a fase da vida em que fazemos nossas escolhas. É uma meia verdade, porque as fazemos em toda nossa vida, mas, sim, as decisões na juventude são muito importantes.
Por que digo tudo isto, sob o risco de me tornar repetitivo? Porque tiro isto daquilo que ouvi de outros e daquilo que vivi também. O que sou hoje se deve a duas escolhas importantes que fiz na minha adolescência e na minha juventude.
A primeira delas foi ter feito um curso técnico em informática. O emprego que tenho desde os meus 21 anos de idade se deve a este curso que optei fazer quando tinha 14 anos e ainda estava na então 8ª série.
A segunda escolha foi estar na Pastoral da Juventude. Se hoje sou da equipe de assessoria do Regional Sul 1 (estado de SP), foi por uma escolha que fiz aos meus 16 anos e que venho repetindo nestes últimos quase 22 anos.
Mas o primeiro passo não foi meu. Fui indicado a fazer um curso de dois dias sobre Pastoral da Juventude. Claro, precisei de um primeiro empurrão, mas também teve papel importante neste processo a minha decisão posterior.
Quando o meu pároco me indicou para o curso é porque sua intenção era me preparar para trabalhar com a juventude local. Eu poderia ter feito como muitos jovens que conheci na minha caminhada: ido para o curso e não ter deixado aquela semente brotar em mim e não tê-la espalhado para outros. Mas não fiz isso.
Então, você pode dizer, que eu me acho melhor que todos estes jovens aos quais me referi. Pois sim, você pode achar isso, mas não é o que eu acho de mim e nem do trabalho que faço. Quando você está de fora e vê alguém realizando um trabalho com a juventude, pode achar que é fácil e simples, mas não é.
Valho-me da história contada por São João Bosco. Disse ele que Nossa Senhora veio ao seu encontro e lhe pediu para caminhar por sobre muitas rosas, dizendo que aquele era o percurso que deveria fazer. Embora as rosas estivessem na superfície, havia espinhos agudíssimos sob elas. Alguns vieram acompanhar a Dom Bosco atraídos pela beleza das flores, mas se afastaram quando se defrontaram com os espinhos. Outros vieram e o seguiram até o final do caminho. Outros de fora diziam que tudo ia bem para Dom Bosco porque ele caminhava entre rosas. No fim do caminho, na visão encantadora do jardim e com uma brisa suave que curava as feridas, ele pode festejar e se alegrar com os que caminharam com eles e com tantos jovens que os esperavam.
Fazer parte da Pastoral da Juventude é uma escolha. Escolha diária. Existirão espinhos, obstáculos, desvios ou desentendimentos. Por vezes eu parei e pensei se isto tudo valeria a pena. Tantos companheiros e companheiras valorosos e valorosas ficaram pelo caminho. Tanta gente que me servia de incentivo e apoio deixou a caminhada. Tantos deles bateram de frente com o clero. Tantas delas optaram por dar um outro rumo na travessia que faziam.
Fazer parte da Pastoral da Juventude é uma escolha. Escolha diária. Nem sempre são só espinhos. Existem clareiras, gramados, descanso e revigoramento. Existem as pequenas vitórias, os grandes sorrisos, os apoios inesperados e necessários, o incentivo, o abraço, o sim que é dado novamente após um não ou um talvez de alguém desanimado. A brisa suave que cura as feridas sopra nestes pequenos intervalos. A gente precisa percebe-la. E ao senti-la, sei que seremos capazes de ir mais além.
Fazer parte da Pastoral da Juventude é uma escolha. Escolha diária. Mas esteja claro. Não somos melhores do que outros que não fazem parte da PJ. Porque, no fim das contas, a PJ traça um caminho, mas não é ela o caminho. Jesus nos disse qual é. E nos apresentou o destino.
E se mesmo com quase 38 anos eu ainda estou na PJ é porque nela eu encontrei um sentido maior para minha vida. Minha vocação é ser assessor. Olho para o caminho que percorri e tenho claro este papel na história que vivo. Se já fui coordenador de grupo de jovens, catequista de crisma, membro de PJ paroquial, setorial, diocesana, sub-regional e assessor é porque fui percebendo sentido naquilo que fazia.
Se hoje sou casado com a jovem mais linda e dedicada que conheci, devo isto à PJ, pois foi nos encontros pastorais que nos conhecemos. Se hoje temos um garoto esperto, carinhoso, arteiro e mascote do IPJ, também agradeço à pastoral por conta disto. Se há quase dez anos pude partilhar um pouco do meu conhecimento de PJ num livro editado pelas Paulinas, não há dúvida que isto também se deve à PJ.
Se hoje eu tenho a graça de continuar partilhando e aprendendo um pouco mais com a juventude através da internet, devo isto ao blog que mantenho há um ano. Se estou na assessoria do IPJ, devo isto a presença e a paciência de uma companheirada arretada que teima em sonhar com a Terra sem Males, com a Civilização do Amor e em partilhar os frutos da árvore pejoteira. E se estou na assessoria regional é porque quero continuar partilhando, vivendo e caminhando com essa gente bonita e festeira, que reza e celebra, que canta e comunga, e que sabe que com “a fé e a união, nossos passos, um dia, vão chegar”.
Rogério de Oliveira
Assessor da Pastoral da Juventude do regional Sul 1 (http://www.pjsul1.org/)
Assessor do Instituto Paulista de Juventude (http://www.ipejota.org.br/)
Autor do livro “Pastoral da Juventude – E a Igreja se fez jovem” pelas Paulinas (www.paulinas.org.br/loja/DetalheProduto.aspx?IDProduto=4164)
Autor do blog “E por falar em pastoral...” (http://www.pejotando.blogspot.com/)
E-mail: rogeroli2@gmail.com
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